Faz pouco tempo, e ainda me lembro do dia em que escrevi pro meu falecido avô, conhecido como Seu Caetano, e acho valioso dividir com quem puder.
Ta faltando alguém... Algum espaço impreenchível continua incomodando aqui dentro, alguém tão único, que só se sabe, quando tem!
Hoje tudo se tornou diferente, logo na minha família? Aquela que eu sempre julguei inabalável, imortal. Construímos uma torre tão alta, um castelo tão forte, com paredes rígidas e cercamos de soldados que nos protegiam de qualquer mal que ousasse entrar. Mesmo que esses fracassassem contávamos com a nossa união. Pra onde foi parar tudo aquilo? Eu pensei, contei e afastei todos os males, só não contava com algo invencível, algo que em segundos, derrubou meus soldados, minha torre, paredes e a mim, sem que eu sequer pudesse lutar contra, algo com certeza mais forte que eu.
E o que me sobrou? Pode não parecer tão ruim, e no fim não é mesmo, o tempo passa e te conforta, mas não totalmente. Eu ainda procuro o homem grisalho que me pegava todos os dias na escola, ainda me viro pra ver se tem um dinheirinho na cabeceira quando acordo. O vazio continua, a ferida ainda dói, e toda noite a saudade vem, e junto dela a nostalgia toma conta do peito, e me faz chorar.
O que eu poderia esperar de alguém tão vivido, a não ser conselhos que se encaixam perfeitamente nas situações que encontrei? O que eu podia esperar de alguém tão rígido, a não ser sermões e puxadas de orelha quando eu tropeçava? E de alguém tão carinhoso, a não a ser a vida inteira dedicada a família, e um abraço confortante quando me magoavam? Só não podia esperar que a vida me tirasse alguém assim tão rápido e alguém tão importante.
Bruna Caetano
ai bruna,tudo que tu escreve é LINDO
ResponderExcluirParabéns.... essa comoveu a todos....
ResponderExcluir"Eu ainda procuro o homem grisalho que me pegava todos os dias na escola, ainda me viro pra ver se tem um dinheirinho na cabeceira quando acordo".
ResponderExcluirQue texto mais bonito! Deu saudade do meu avô Cristóvão. Lembrei dele com tuas palavras.